Segundo
Caribe e Campos (1991), a origem do arroz não foi totalmente esclarecida.
Sabe-se que os primeiros achados arqueológicos deste cereal datam de 4000 anos
antes de Cristo. Muito cultivado na China, Índia e Japão, são encontradas
espécies silvestres na África e na América, cresce bem em temperaturas entre 15
e 30 graus, em terrenos seco, úmido e alagado. Exige muita água em seu cultivo,
devido à intensa atividade de transformação que apresenta.
Segundo
Araújo (2009), o arroz é um dos alimentos consumidos em todo o mundo. A
variedade de arroz mais apreciada pelos brasileiros é conhecida popularmente
por agulhinha, por ter grãos finos e translúcidos, com boa qualidade culinária,
além de apresentar bom rendimento, rápido cozimento, grãos soltos e macios após
o cozimento e o resfriamento.
De acordo com
Bottini (2008), è possível encontrar no mercado todas as variedades de arroz,
branco, integral, vermelho, orgânico, e também o parboilizado, que é um arroz
que sofre um processo industrial, quando ele ainda está na casca, ele é
colocado em um recipiente em água fervente, depois passa pelo processo de
secagem e é beneficiado e empacotado normalmente.
De acordo
também com Bottini (2008), como fruto das pesquisas dos produtores de arroz
surgiram também arrozes pré-prontos para satisfazer os consumidores que não
podem ou não querem perder tempo cozinhando. São encontradas embalagens de
pré-prontos simples, em saquinhos, que ficam prontos com uma simples fervura em
água, sem a necessidade de abrir a embalagem. A técnica geralmente usada para
os pré-prontos e a liofilização, que consiste em desidratar os grãos a vácuo,
em baixas temperaturas.
Segundo
Sallet (2009), o arroz integral, consiste somente na retirada de sua casca,
preservando toda aquela película escura que o envolve. É um excelente alimento,
muito mais rico em vitaminas e sais minerais. Devido ao seu preparo ser um
pouco complicado, envolvendo mais tempo de cozimento, é menos consumido pela
população.
De acordo com
Bottini (2008), a qualidade do arroz na panela, ou seja, o modo que ele
cozinha, depende diretamente da quantidade de amido no grão, e especialmente da
quantidade de amilose. Se o grão tiver menos de 20% de amilose, o arroz ficará
grudento. Isso se deve também a quantidade de dextrina que o grão contém se
solúvel a água, a dextrina se liga aos grãos no momento da cocção. A maior
parte dos países consumidores prefere variedades de arroz com mais de 25% de
amilose. De acordo com o tipo do arroz escolhido, varia a temperatura em que os
grãos crescem na panela, entre 69ºC e 75°C, acontecendo bem antes de a água
ferver. Eles também variam na quantidade de água que podem absorver. De modo
geral absorvem o dobro de seu volume, ou seja, uma xícara de chá de arroz cru
para duas xícaras de chá de água. A idade do arroz também influência em seu
desempenho na panela, o arroz recém colhido cozinha mais rapidamente, absorve
menos água e se aglutina mais facilmente, já o arroz de safra mais velha
consome mais um pouco de água, rende mais e aglutina menos na panela.
O arroz é um
alimento que ocupa posição de destaque na dieta do brasileiro, sendo consumido
por todas as classes sociais e por diversos povos, nas mais diferentes
preparações. Seu consumo é maior na presença de leguminosas, como o feijão,
tornando esta mistura uma fonte proteica de alto valor biológico. O arroz não
contém glúten, pode ser consumido por celíacos (indivíduos que apresentam
intolerância a alimentos a base de trigo, centeio, cevada e aveia), apresenta
alta digestibilidade e dificilmente provoca alergias. Conheça um pouco mais
sobre os diferentes tipos de arroz:
Arroz polido
Grão longo e
branco, apresenta bom rendimento e é prato base do brasileiro. É fonte basicamente
de carboidratos, pois durante seu processamento perde-se muitos sais minerais e
vitaminas.
Arroz
integral
Apresenta cor
mais escura que o arroz polido. Depois do seu cozimento fica mais duro que o
arroz polido. Dos grão intactos só é retirada a casca, preservando-se a
película e o gérmen, onde se encontram a maior parte dos nutrientes, ficando um
arroz rico em fibras, vitaminas e sais minerais. É um tipo de arroz mais
produzido na Índia.
Arroz
parboilizado
Apresenta cor
mais escura que o arroz polido. Antes de ser retirada a sua casca o arroz é
pré-cozido, depois passa por um processo de secagem e posteriormente o arroz é
empacotado. O arroz parboilizado é naturalmente mais nutritivo que o polido,
pois nenhum composto químico é adicionado ao processo. Quando cozido, os grãos
ficam mais soltos.
Arroz arbóreo
Grãos curtos,
grandes e espessos. É feito com uma técnica especial que resulta em ótima
cremosidade. É um arroz com grande quantidade de amido. Variedade italiana de
grãos médios, é um arroz especialmente usado para preparações como risotos.
Arroz basmati
De grãos
longos,esse tipo de arroz é perfumado e saboroso. Quando cozido apresenta grãos
secos e soltos. É uma fonte de carboidratos, utilizado em países como a Itália,
Portugal e Espanha.
Arroz
selvagem
Grãos compridos
e finos, de cor escura e textura crocante. Um tipo de arroz muito valorizado na
gastronomia internacional. Geralmente utilizado em preparações com o arroz
polido. Isso porque, além do custo elevado, não é macio como o arroz polido
após o cozimento.
Arroz negro
De cor preta,
grãos bem pequenos, bem diferente do arroz selvagem. Após o cozimento, adquire
cor roxa bem escura. Supera o arroz integral em proteínas, fibras e
carboidratos, além de ter menos gordura. Este arroz é produzido na China e pode
ser utilizado em preparações como bolos e saladas.
Arroz
vermelho
Arroz
consumido na forma integral, isto é, sem ter sua casca retirada. Por isso
mantém a cor avermelhada após o cozimento. Comparado aos demais tipos de arroz,
tem uma quantidade superior de ferro e zinco. Considerado um dos principais
alimentos dos nordestinos, utilizado em preparações como feijão de corda e
baião de dois.
Arroz japonês
Grãos curtos
e arredondados, com grande quantidade de
amido. Prato base da população japonesa. Possui maior quantidade de
carboidrato, pela maior quantidade de amido em sua parte externa. Bastante
utilizado na culinária típica japonesa, por exemplo, em sushis.
Arroz
jasmim/aromático
De grãos
alongados e de cor bem clara. Perfumado, textura macia e de gosto levemente
amanteigado. É um arroz que tem grandes quantidades de proteínas. Arroz de
origem tailandesa, o aroma de jasmim faz com que as preparações feitas com ele
fiquem muito saborosas.
Arroz cateto
É um arroz
integral com grãos curtos curvados e translúcidos. Apresenta grande quantidade
de carboidratos, proteínas e fibras. Pode ser utilizado em preparações como
risotos, bolinhos e saladas.
Tipo 1, tipo
2, tipo 3... Qual a diferença?
O arroz que
vem da plantação para a indústria tem diferentes características que dependem
principalmente de sua variedade, região produtora e clima. Estas diferenciações
influenciam no produto beneficiado, por isto foi criada uma legislação
específica para a sua classificação. Esta diferencia o produto de acordo com
alguns critérios, que são avaliados em conjunto ou separadamente e os mais
importantes são: quantidade de grãos quebrados, defeitos graves (impurezas, ardidos,
pretos e no caso do parboilizado, os não gelatinizados), defeitos gerais
agregados (manchados, picados, amarelos, rajados e gessados) e teor máximo de
quirera (arroz quebradinho).
Assim sendo, quando o consumidor ler o tipo de arroz na embalagem ele já saberá
os critérios de avaliação deste produto.
O Arroz tipo
1 é o arroz preferido pelas donas de casa pois vem bem selecionado com relação
a defeitos e com no mínimo de 92,5% de arroz inteiro, ficando sempre bonito e
solto depois de cozido. Já o tipo 2 é
uma arroz com o dobro de defeito ou seja pouco selecionado e também com maior
numero de arroz quebrado chegando a 15%, e o resultado é um arroz mais empapado
e também não uniforme depois de cozido. O arroz tipo
3 é um arroz inferior, com até 25% de arroz com defeitos e quebrado. É um arroz
mais barato, porém de menor qualidade.
Como preparar um arroz soltinho?
Primeiramente,
lembre-se que o arroz não precisa ser lavado.
Capriche no
refogado utilizando 1 colher (sobremesa) de óleo para 1 xícara (chá) de arroz. O tipo de gordura (manteiga, margarina, óleo, azeite,etc.) não alterará as características do arroz. O importante é refogar bastante. Os grãos devem ser bem
envolvidos pela gordura formando uma “película” que impede que eles grudem
entre si (a gordura é absorvida pela camada externa do grão).
Para o arroz tipo 1 e 2, cada 1 xícara (chá) de arroz pede 2 xícaras
(chá) de água fervente. No caso do arroz parboilizado é necessário meia xícara
(chá) a mais de água.
Atenção ao
fogo! O fogo deve ser alto até o momento em que se inicia a fervura da água.
Quando a água ferver, deve-se abaixar o fogo.
Não mexa
muito. Somente se deve mexer bem o arroz enquanto estiver sendo refogado.
Referências:
ARAÚJO, Wilma M. C., et al. Alquimia dos
alimentos. Brasília: Ed. Senac DF, 2009.
BOTTINI,
Renata Lucia. Arroz: História,
variedades, receitas. São Paulo: Ed. Senac, 2008.
CARIBE, Dr José; CAMPOS, Dr Jose Maria.
Plantas que ajudam o homem. São
Paulo: Pensamento; Cultrix, 1991.
GUERRA,
Gilson dos Santos; CARDOSO, Rogério. Estudo
sobre o mercado consumidor de arroz em Franca – SP, em relação à marca Arroz
Capitólio. Monografia (Graduação em
Administração de empresas) Faculdade de Administração de Passos. Fundação de
Ensino Superior de Passos, Passos, 2012.
SALLET, Carla Goes. Mãe...
e agora? São Paulo: Ediouro, 2009.
Excelente materia sobre esse precioso grão que é de vital importãncia para alimentação humana. As informações foram muito bem fundamentadas, parabéns!
ResponderExcluirParaéns, uma das melhores matérias sobre o asunto na Internet brasileira.
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