Consumido
pelos povos americanos desde o ano 5 mil a.C., o milho foi a alimentação básica
de várias civilizações importantes ao longo dos séculos. Os Maias, Astecas e
Incas reverenciavam o cereal na arte e religião e grande parte de suas
atividades diárias eram ligadas ao seu cultivo.
Com a
descoberta da América e as grandes navegações do século XVI, a cultura do milho
se expandiu para outras partes do mundo. Hoje é cultivado e consumido em todos
os continentes e sua produção só perde para a do trigo e do arroz.
No Brasil, o
cultivo do milho vem desde antes do descobrimento. Os índios, principalmente os
guaranis, tinham o cereal como o principal ingrediente de sua dieta. Com a
chegada dos portugueses, o consumo aumentou e novos produtos à base de milho
foram incorporados aos hábitos alimentares dos brasileiros.
No final da
década de 50, graças a uma grande campanha em favor do trigo, o cereal começou
a perder espaço na mesa brasileira. Atualmente, embora o nível de consumo do
milho no Brasil venha crescendo, ainda está longe de ser comparado a países
como o México e aos da região do Caribe.
O milho é um
dos cereais mais cultivados em todos os continentes. Originário da América,
espalhou-se por outras regiões logo após o Descobrimento. Cristóvão Colombo
trouxe as primeiras sementes à Europa, e os portugueses as levaram até a Ásia.
Encontramos hoje aproximadamente 150 espécies de milho, com grande diversidade
de cor e formato dos grãos. É um cereal fácil de ser plantado e colhido, seja
ele milho duro, doce ou de pipoca.
Muito
energético, o milho traz em sua composição vitaminas A e do complexo B,
proteínas, gorduras, carboidratos, cálcio, ferro, fósforo e amido. As cascas
dos grãos são ricas em fibras. Cada 100 gramas do alimento tem cerca de 360
Kcal, sendo 70% de glicídios, 10% de protídeos e 4,5% de lipídios.
Cinquenta
gramas de farinha de milho fornecem em proteínas valores iguais aos de um
pãozinho francês de mesmo peso, mas com 33% a mais de calorias. Isso significa
que o produto pode suprir as necessidades nutricionais da população, além de
ser excelente complemento alimentar, " in natura " ou em forma de
farinha de milho, fubá, canjica, polenta, cuscuz e outras.
A partir da
segunda metade do século XX, o desenvolvimento de espécies híbridas aumentou a
produtividade e a qualidade do milho. No Brasil, esta é uma cultura que ocupa
extensas áreas. Entre as principais regiões produtoras estão o norte do Paraná,
o Triângulo Mineiro, o oeste de São Paulo e o Vale do Taquari, no Rio Grande do
Sul. Qualidades
O milho é um
dos alimentos mais nutritivos que existem. Puro ou como ingredientes de outros
produtos, é uma importante fonte de energética para o homem. Ao contrário do
trigo e o arroz, que são refinados durante seus processos de industrialização,
o milho conserva sua casca, que é rica em fibras, fundamental para a eliminação
das toxinas do organismo humano. Além das fibras, o grão de milho é constituído
de carboidratos, proteínas, vitaminas (complexo B), sais minerais (ferro,
fósforo, potássio, cálcio) óleo e grandes quantidades de açúcares, gorduras,
celulose e calorias.
Maior que as
qualidades nutricionais do milho, só mesmo sua versatilidade para o
aproveitamento na alimentação humana. Ele pode ser consumido diretamente ou
como componente para a fabricação de balas, biscoitos, pães, chocolates,
geléias, sorvetes, maionese e até cerveja. Cultivado em todo país, é a matéria
prima principal de vários pratos culinários como cuscuz, polenta, angu, bolos,
canjicas, mingaus, cremes, entre outros. Além disso a maior parte de sua
produção é utilizada na alimentação animal e chega até nós através dos diversos
tipos de carne (bovina, suína, aves e peixes).
Aumentar o
consumo de milho e seus produtos é uma das bandeiras da Abimilho. Atualmente
somente cerca de 15% de produção nacional se destina ao consumo humano e, mesmo
assim, de maneira indireta na composição de outros produtos. Isto se deve
principalmente à falta de informação sobre o milho e uma maior divulgação de
suas qualidades nutricionais. Num país como o Brasil, com imensas áreas
cultiváveis e com graves problemas de desnutrição, mais do que simplesmente uma
questão comercial, o aumento do consumo de milho por parte da população é antes
de tudo uma solução social. É preciso um grande esforço por parte de todos na
discussão e apresentação de propostas sérias para reverter esta situação.
Produtividade
Em relação ao
cultivo de milho, resultados bastante positivos estão sendo apresentados por
agricultores do Centro-Sul do país. Com a ajuda de avançadas técnicas, eles
registraram um rendimento recorde, em torno de 2,9 ton/ha. Isso comprova a
viabilidade dos números de uma pesquisa realizada pelo IBGE, que estima um
potencial de 40 milhões de toneladas para a atual área plantada com milho no
Brasil.
Para que isso
seja possível, basta utilizar a tecnologia existente nas diversas etapas de
produção: semente adequada, cuidados com solo, cultura, colheita e
armazenamento. Mercado para o consumo deste grande volume de milho é o que não
falta.
Riqueza do grão
O grão de
milho, quando cortado na vertical, revela seus componentes básicos. São eles:
Endosperma - corresponde à maior parte do
grão de milho e é composto basicamente de amido (quase 61%), além de outros 7%
de glúten que envolve os granulos de amido e de pequena porcentagem de gordura
e demais componentes.
Película - é a parte que recobre o grão.
Devidamente processada, ela é empregada como ingrediente em rações animais.
Água - corresponde a aproximadamente
16% do grão de milho. A água também é utilizada no processo inicial de
maceração. O liquor resultante da maceração é rico em vitaminas, especialmente
do complexo B. Ele é normalmente usado em rações, além de ser aplicado na
fabricação de antibióticos.
Germe - é a parte vegetativa do grão e
fonte de óleo do milho. O germe é um componente importante para alimentos,
produtos farmacêuticos e aplicações industriais. As frações remanescentes do
germe são processadas e podem ser utilizadas como ingredientes em rações
animais.
Milho
Transgênico
A variedade
transgênica mais conhecida é desenvolvida pela Monsanto, e é conhecida como RR
GA21 (tolerante ao herbicida glifosato). Ela é utilizada extensivamente nos
Estados Unidos.
Outras empresas atuantes no ramo incluem a Syngenta e a DuPont. Em 1999, a
Novartis foi a primeira empresa a receber autorização do governo brasileiro
para realizar testes no país com o milho transgênico BT, resistente a
insetos.Segundo os produtores de sementes, o milho transgênico traz um aumento
médio de 8% na produtividade.
Nos EUA, mais de 70% do milho semeado é transgênico.
A produção de variedades transgênicas na Argentina e no Brasil é crescente,
embora nem sempre a prática do cultivo dessas variedades seja legal.Há também
relatos de milho transgênico em Honduras (terra de origem do milho), onde
variedades transgênicas "contaminaram" as variedades locais. No
México, o milho transgênico também enfrenta séria oposição governamental: em
1998, foi proibida a experimentação, o cultivo e a importação de milho
transgênico.
O milho é um exemplo da manipulação de espécies pelo Homem, sendo utilizado
tanto pelos defensores quanto pelos opositores dos transgênicos. O milho
cultivado pelos índios mal lembra o milho atual: as espigas eram pequenas,
cheias de grãos faltando, e boa parte da produção era perdida para doenças e
pragas. Através do melhoramento genético, o milho atingiu sua forma atual.
Os defensores dos transgênicos utilizam este exemplo para dizer que a
manipulação das características genéticas de vegetais não é novidade, e já foi
feita anteriormente, com muito menos controle do que atualmente. Os opositores
dos transgênicos utilizam o mesmo exemplo para defender que há alternativas
para a manipulação direta dos genes de espécies vegetais, técnica à qual se
opõem.
Os milhos transgênicos, de propriedade de algumas poucas empresas, ao entrar em
contato com o ambiente natural, se espalham. Há casos nos Estados Unidos em que
um pequeno agricultor planta milho e depois precisa pagar royalties, pois tais
espigas eram transgênicas e estavam patenteadas por grupos financeiros. Já que
o milho transgênico está tomando o lugar com o milho de verdade, natural, tais
acontecimentos tem sido cada vez mais comuns.
Vantagens
e Desvantagens dos Transgênicos
Algumas vantagens dos transgênicos
são:
1-O alimento
pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial. Um feijão
geneticamente modificado por inserção de gene da castanha do Pará passa
produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida. Um arroz geneticamente
modificado produz vitamina A;
2-O alimento pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de
doenças, através de plantas geneticamente modificadas para produzir vacinas, ou
iogurtes fermentados com microorganismo geneticamente modificados que estimulem
o sistema imunológico;
3-A planta pode resistir ao ataque de insetos, seca ou geada. Isso garante
estabilidade dos preços e custos de produção. Um microorganismo geneticamente
modificado produz enzimas usadas na fabricação de queijos e pães o que reduz o
preço deste ingrediente; Sem falar ainda que aumenta o grau de pureza e a
especificidade do ingrediente e permite maior flexibilidade para as indústrias;
4-Aumento da produtividade agrícola através do desenvolvimento de lavouras mais
produtivas e menos onerosas, cuja produção agrida menos o meio ambiente.
E algumas de suas desvantagens são:
1-O lugar em
que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que pode causar
resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do organismo podem
ser afetados.
2. Os genes são transferidos entre espécies que não se relacionam, como genes
de animais em vegetais, de bactérias em plantas e até de humanos em animais. A
engenharia genética não respeita as fronteiras da natureza – fronteiras que
existem para proteger a singularidade de cada espécie e assegurar a integridade
genética das futuras gerações.
3. A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a
invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em áreas que plantam
o mesmo tipo de cultivo. Quanto maior for a variedade (genética) no sistema da
agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e
mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.
4. Organismos antes cultivados para serem usados na alimentação estão sendo
modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas plantas
modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e,
deste modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.
5. Os alimentos transgênicos poderiam aumentar as alergias. Muitas pessoas são
alérgicas a determinados alimentos em virtude das proteínas que elas produzem.
Há evidências de que os cultivos transgênicos podem proporcionar um potencial
aumento de alergias em relação a cultivos convencionais.
Estas são
algumas das vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos, o consumidor
pode optar por não consumir os transgênicos e sim consumir alimentos orgânicos.
Fontes:
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