Definição
Cereais são
grãos cujas sementes dão em espigas. Os mais conhecidos são: arroz, trigo,
milho, aveia, centeio e cevada. Pertencem ao grupo dos alimentos energéticos,
sendo base da pirâmide alimentar.
Esses
alimentos são consumidos pelo homem desde o início da sua civilização,
principalmente pela facilidade de seu cultivo, conservação, alto valor
nutricional e baixo custo. Sua presença na nossa alimentação é de grande
importância, pois os grãos são alimentos de fácil conservação, fornecem carboidratos
complexos, proteínas, além de vitaminas, minerais, fibras e lipídeos, se forem
consumidos na sua forma integral. Isso porque nas camadas externas dos grãos
está a maior concentração de vitaminas (principalmente tiamina) e minerais
(principalmente o ferro).
Estrutura
dos cereais
-Casca: é o
que envolve a semente
-Farelo:
camada externa que protege a semente, formada por celulose, rico em fibras e
vitaminas do complexo B
-Endosperma: é
o que fica entre o farelo e o gérmen, fornece energia, rico em carboidratos e
proteínas
-Gérmen: é o
núcleo que brota quando a semente é plantada. Contém proteína, lipídeos, ferro,
vitaminas E, B e C.
Composição
nutricional
De maneira
geral, os cereais têm valor nutricional semelhante, possuem cerca de 70% de
carboidratos complexos, principalmente o amido, e 10% de proteínas.
Por serem
deficientes em alguns aminoácidos, a mistura que resulta o melhor valor
proteico é o arroz com feijão (uma parte de feijão para três de arroz), devido
a combinação da metionina (aminoácido presente no arroz) com a lisina
(aminoácido presente no feijão) que, juntos, tornam-se mais eficientes na
reparação de tecidos do organismo e manutenção do equilibrio do índice
glicêmico.
Dentro da
amêndoa farinhosa dos cereais encontram-se células cheias de amido. O amido é
um polissacarídeo constituído de unidades de glicose, apresenta-se na forma de
grânulos, de cor branca insolúvel em água, sem sabor, encontrado no endosperma
dos cereais.
De acordo com
os guias alimentares, a recomendação é que 50% a 60% do total de energia
ingerida durante o dia deva vir dos carboidratos, o que sinaliza que este grupo
de alimentos, em conjunto com o grupo das leguminosas, representa a nossa maior
fonte de energia.
Os cereais
que são apresentados na forma mais integral são mais ricos em vitaminas que os
moídos ou refinados, pois no processamento o farelo e o gérmen são retirados,
permanecendo apenas o endosperma. Desta forma, a maior parte do valor
nutricional se perde, já que no farelo e no gérmem há uma maior concentração de
nutrientes.
Tipos de
cereais
Os cereais
mais comuns na mesa do brasileiro são arroz, milho, aveia, trigo, cevada e
diversas farinhas obtidas dos próprios cereais.
Derivados
dos cereais
Além da
utilização dos grãos dos cereais, podemos extrair ou obter suas farinhas. Como
seus subprodutos podemos ter, além das farinhas, farelos e sêmolas.
Farinhas
Moído o grão,
obtém-se a farinha. As farinhas variam entre si segundo o grau de extração. A
farinha integral é obtida pela trituração do grão, mantendo-se tudo como
produto único, sendo de maior valor nutritivo. A farinha branca representa uma
parcela muito menor de extração, pois o rendimento obtido da moagem de 100g de
grãos, separada a parte de envoltórios, é apenas de 30 a 60g. Podemos obter farinhas
dos seguintes cereais: trigo, sorgo, aveia, centeio e milho.
-Farinha de
trigo: é o produto obtido pela moagem, exclusivamente do grão do trigo. É
classificada de acordo com a sua moagem: farinha de trigo integral, farinha de
trigo especial, farinha de trigo tipo 1 e farinha de trigo tipo 2. É muito
utilizada na fabricação de pães, bolos, biscoitos e produtos de confeitaria. O
glúten é o que torna o trigo apto para formar massas fortes e elásticas, e
também é o responsável pelo aspecto esponjoso do produto assado.
-Farinha de
sorgo: á e variedade branca do sorgo que é utilizada como farinha.
-Farinha de
aveia: é muito utilizada na panificação e confeitaria.
-Farinha de
centeio: é um grão integral, de farinha escura, rico em fibras e minerais, como
fósforo, cálcio e ferro. É bastante utilizado para panificação; os pães
produzidos por este cereal são mais compactos.
-Farinha de
milho, fubá e sêmola: usadas em preparações culinárias como cuzcuz, polenta,
bolo, broa e pães.
Farelos
Os farelos
são compostos pela casca externa indigerível dos cereais. O consumo regular dos
farelos é benéfico à saúde pois auxilia na prisão de ventre, auxilia na redução
das taxas de colesterol no sangue, propicia a sensação de saciedade que pode
levar à perda de peso, e auxilia na redução do risco de alguns tipos de câncer,
especialmente os associados à obesidade (no intestino e no estômago). O excesso
de farelo, no entanto, reduz a absorção do cálcio, ferro e zinco e pode causar
irritação intestinal, distensão abdominal e flatulência.
Cuidados
na compra dos cereais
Ao comprar
cereais, é importante verificar:
-Se estão
isentos de terra;
-Se estão
isentos de umidade;
-Se estão
isentos de fungos;
-Se
apresentam coloração característica de cada grão ou farinha;
-A rotulagem
do alimento;
-A data de
validade;
-A
integridade da embalagem.
Cuidados
no armazenamento dos cereais
Os cereais devem
ser armazenados em locais secos e ventilados, sem receber luz solar, pois são
alimentos de baixa resistência à umidade.
Ambientes
úmidos facilitam o crescimento de microrganismos, principalmente de fungos e
também de pragas, como ratos, mariposas e traça. Após aberto, transfira-os para
outra embalagem de vidro ou de plástico e identifique o produto, a data de
validade e o lote.
Os cereais
frescos devem ser guardados sob refrigeração: os enlatados deve seguir os critérios para os alimentos
enlatados, como observar se as embalagens não estão estufadas, enferrujadas ou
amassadas. Após aberto deve ser transferido para outro recipiente devidamente identificado.
Benefícios
do consumo de cereais
Quando
consumimos os cereais na sua forma integral, aumentamos o aporte de fibras da
nossa alimentação. As fibras auxiliam na prevenção de doenças muito comuns hoje
em dia, como o câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. Não faltam bons
motivos para acrescentarmos fibras à nossa alimentação diária. Elas aumentam o
tempo de mastigação dos alimentos, prolongam a sensação de saciedade, retardam
a absorção da glicose pelo sangue, ajudam no bom funcionamento do intestino e
na redução do colesterol.
O arroz integral, por
exemplo, possui oito vezes mais fibras que o arroz branco,e contém vários
nutrientes que o arroz branco não possui por ter sido polido, como vitaminas B1 e B2, zinco, ferro, magnésio e potássio.
Fonte: Alimente-se Bem: Alimentação Saudável - 50 receitas nutritivas com cereais e leguminosas/ 1ª edição - São Paulo: SESI-SP, 2009.
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