Qual a melhor conduta para o equilíbrio e manutenção da perda de peso? Estudos apontam a influência do jantar no emagrecimento.
Atualmente, inúmeras informações sobre dietas, alimentação e nutrição são divulgadas diariamente pela mídia e pelos meios de comunicação, no sentido de esclarecer a população sobre hábitos de vida saudável e qualidade de vida. Algumas vezes, porém, essas informações são controversas e pouco fundamentadas, o que acaba gerando muitas dúvidas e confusão para as pessoas que buscam emagrecimento e controle de peso. Em função disso, os nutricionistas são frequentemente questionados sobre quais as melhores condutas e quais os alimentos permitidos e proibidos para o controle do peso.
Uma das maiores dúvidas em relação ao emagrecimento está relacionada com a composição do jantar. Afinal, os carboidratos podem ou não estar presentes nessa refeição? Antes de se determinar a melhor conduta, alguns pontos devem ser analisados.
A perda de peso pela lipólise (quebra de gordura) acontece, primordialmente, pelo controle da ingestão energética, ou seja, o gasto de calorias durante o dia deve ser maior do que sua ingestão, garantindo assim, um balanço energético negativo, o que resultará na oxidação de gorduras e emagrecimento. Além disso, a quantidade e qualidade de carboidratos na alimentação também podem interferir na composição corporal, uma vez que este nutriente, ao ser metabolizado, forma glicose e estimula a liberação de insulina, o que pode favorecer a lipogênese (síntese de gorduras que serão armazenados no fígado e no tecido adiposo).
Outro ponto importante é lembrar que o hormônio do crescimento (GH), liberado principalmente na primeira metade do sono, está associado ao controle de peso. Adultos com deficiência de GH apresentam aumento de gordura corporal e redução de massa livre de gordura ou massa magra, quando comparados a adultos normais; o que traz importantes consequências metabólicas no metabolismo lipídico, levando a um aumento do risco de doença cardiovascular. Em estudo realizado por Halpern e colaboradores em 2006, obesos tratados com GH durante três meses tiveram maior redução de peso corporal, de gordura visceral e de massa adiposa, além de melhora no perfil lipídico, do que o grupo controle.
Consumo de carboidratos a noite
A insulina é secretada antagonicamente à liberação do hormônio GH e no período inicial de sono, o consumo de glicose é reduzido significativamente, em função da diminuição do metabolismo cerebral e da menor utilização periférica da glicose. Assim, se o consumo de carboidratos, especialmente aqueles de alto índice glicêmico -açúcar, arroz, batatas e massas- acontecer no final da noite ou durante a madrugada, é possível que a liberação de GH seja inibida pela grande liberação de insulina decorrentes do pico de glicemia, dificultando a lipólise durante o sono.
Portanto, em função do prejuízo no metabolismo glicídico durante o sono, a orientação para a ingestão de carboidratos em refeições muito próximas ao horário de dormir deve ser feita de forma criteriosa. Quando o jantar acontece após atividades físicas ou em horários de trabalhos noturnos, a melhor conduta está relacionada ao controle glicêmico e qualitativo dos carboidratos, priorizando o consumo de carboidratos integrais, assegurando uma glicemia constante e a liberação normal do GH. Entretanto, se esta refeição acontece no início da noite, o equilíbrio na sua composição nutricional, bem como a redução calórica da dieta, associada à atividade física regular, serão condutas acertadas para o controle de peso.
Referências:
Dickinson S, Colagiuri S, Faramus E, Petocz P, Brand-Miller JC. Postprandial hyperglycemia and insulin sensitivity differ among lean young adults of different ethnicities. J Nutr. 2002, 132(9): 2574-9.
Halpern A, Mancini MC, Carcato C, Villares SM, Costa AP. Effects of growth hormone on antropometric and metabolic parameters in android obesity. Arq Bras Endocrinol Metabol 2006, 50(1): 68-73.
Martinelli CE Jr, Custódio RJ, Aguiar-Oliveira MH. Physiology of the GH-IGF axis. Arq Bras Endocrinol Metabol 2008, 52(5):717-25.
Spiegel K, Knuston K, Leproult R, Tasali E, Van Cauter E. Sleep loss: a novel risk factorfor insulin resistance and Type 2 diabetes. J Appl Phisiol 2005, 99(5):2008-19.
Até a próxima pessoal!!
Beijo!
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