sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A importância do fracionamento das refeições para um metabolismo mais ativo


Fracionar a alimentação é uma das orientações mais comuns e importantes na atuação do nutricionista. Apesar disso, nem sempre as pessoas conseguem seguir essa recomendação. A falta de tempo para fazer pequenos lanches, a indisponibilidade de alimentos saudáveis e a ausência do hábito de levar alimentos de casa para o trabalho são algumas das causas mais frequentes de erros alimentares relacionados ao fracionamento das refeições. Assim, os nutricionistas precisam de muitos argumentos convincentes para fazer com que as pessoas mudem seus hábitos alimentares e adotem um estilo de vida mais saudável.

Muitos estudos evidenciam que o fracionamento das refeições ao longo do dia auxilia a reduzir a fome e a evitar uma supercompensação nas refeições seguintes, apontando uma relação inversa entre o peso corporal e adiposidade e a frequência alimentar. Farshchi e colaboradores em 2004, mostraram que mulheres magras que mantiveram um período de alimentação irregular apresentaram maior incidência de insensibilidade à insulina pós-prandial e maiores níveis de colesterol total e LDL do que as mulheres que mantiveram uma alimentação regular. Após este estudo, com mulheres magras, os mesmos pesquisadores repetiram o estudo em grupos de mulheres obesas, obtendo resultados semelhantes. 

Nesse sentido, além de favorecer o estímulo metabólico e o controle de peso, o fracionamento pode melhorar o perfil lipídico. É o que demonstra um estudo realizado por Edelteins em 2002 com pessoas do sexo masculino e feminino, verificando que os valores de colesterol total e LDL foram menores em indivíduos que faziam quatro ou mais refeições por dia do que de uma a duas refeições diárias. Assim, esses resultados podem indicar que não fracionar a alimentação em diversas refeições ao longo do dia pode aumentar os riscos de desenvolver doenças crônicas, o que reforça os conceitos nutricionais sobre a melhor distribuição calórica das dietas, nas quais os alimentos são divididos em quatro ou cinco refeições ao longo do dia. 

Outro argumento fundamental para embasar a orientação do nutricionista quanto ao fracionamento das refeições está relacionado ao bem-estar. Uma alimentação fracionada pode auxiliar na melhora do comportamento cognitivo e do humor, especialmente se houver uma composição nutricional equilibrada associada à convivência social e atividade física.

Dessa maneira, o nutricionista deve indicar a realização de três refeições principais durante o dia, com pequenos lanches entre elas. A falta de tempo ou de opção de alimentos saudáveis nos lanches intermediários não deve ser um impedimento para que essas pequenas refeições sejam realizadas. É importante que o profissional ofereça algumas opções práticas de lanches, como barrinhas de cereais, iogurtes com cereais integrais, frutas e biscoitos integrais, permitindo o fracionamento adequado da alimentação e garantindo um bom funcionamento do organismo por meio da escolha de alimentos saudáveis e nutritivos, sem aumentar a ingestão calórica total. 

Então resumindo... o fracionamento das refeições é importante pois:
-Auxilia no controle da ingestão alimentar, contribuindo para o controle de peso;
-Melhora a sensibilidade à insulina;
-Melhora o perfil lipídico (colesterol total e LDL);
-Auxilia no comportamento cognitivo e no humor, melhorando o bem-estar geral.

Referências: 
- BLUNDELL, J.E.; COTTON, J.R.; LAWTON, C.L. Dietary fat and the control of energy intake: evaluating the effects of fat on meal size pos-meal satiety. Am J Clin Nutr 1993, 57:772-8.
- METZNER, H.L.; LAMPHIEAR, D.E.; WHEELER, N.C.; LARKIN, F.A. The relationship between frequency of eating and adiposity in adult men and womem in the Tecumseh Community Health Study. Am J Clin Nutr 1997, 30:712-5.
- DUVAL, K.; STRYCHAR, I.; PRUD'HOMME, D.; RABASALHORET, R.; DOUCET, E. Physical activity is a confounding factor of the relation betweem eating frequency and bory composition. Am J Clin Nutr 2008, 88(5):1.200-5.
- FARSHCHI, H.; TAYLOR, M. MACDONALD, I. Regular meal frequency creates more appropriate insulin sensitivity and lipid profiles compared with irregular meal frequency in healthy lean women. Eur J Cil Nutr 2--4, 58:1.071-7.
FARSHCHI, H.; TAYLOR, M. MACDONALD, I. Beneficial metabolic effects of regular meal frequency on dietary thermogenesis, insulin sensitivity, and fasting lipid profiles in healthy obese womem. Am J Clin Nutr 2005, 81(1):16-24.
- EDELSTEIN, S.L.; BARRETT-CONNOR, E.L.; WINGARD, D.L.; COHN, B.A. Increased meal frequency associated with decreased cholesterol concentrations. Am J Clin Nutr 1992, 55(3):664-9.
- KANAREK, R. Psychological effects of snaks and altered meal frequency. Brit Nutr 1997, 77(1):105-20.

Até a próxima pessoal!!!
Beijo!

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