Desde
o início da comercialização dos alimentos dietéticos, a maioria dos
consumidores associaram esses produtos como sendo de baixo valor calórico e,
conseqüentemente, permitidos para as pessoas que precisam ou desejam perder
peso. Depois, vieram os alimentos light
que confundiram ainda mais os consumidores.
Cada
vez mais esses produtos fazem parte da nossa alimentação e do nosso dia a dia.
A partir da década de 1990, eles deixaram de ser relacionados somente a doenças
como o diabetes e a doença celíaca (doença de condição crônica que afeta
principalmente o intestino delgado), e passaram a ser consumidos de maneira
mais generalizada, especialmente por aqueles indivíduos de olho no peso.
A
Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos (Abiad) estima que,
nos últimos dez anos, o consumo desse tipo de alimento no Brasil tenha crescido
800%. Em 2010, o crescimento foi de 9% maior do que no ano anterior.
Hoje, eles são encontrados em
35% dos lares brasileiros. Ao mesmo tempo em que o peso da população brasileira
aumenta, como mostram os dados anuais do Ministério da Saúde, cresce também a
vontade de ter uma dieta controlada, de consumir produtos mais saudáveis e que
tragam benefícios ao corpo. Infelizmente nem sempre intenção e resultado
coincidem. Algumas vezes simplesmente por falta de informação adequada.
Parece que ter a denominação light ou diet no rótulo de um alimento ou bebida já diminui a culpa por
consumi-los. Mas nem todos sabem a diferença entre light e diet e, por conta
disso, podem acabar prejudicando a saúde ou mesmo ganhar indesejados quilinhos.
Para que isso não aconteça, é necessário saber diferenciá-los.
DIET x LIGHT... QUAL
A DIFERENÇA?
De
acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, o termo
diet pode ser utilizado nos seguintes produtos:
- Alimentos
para dietas com restrição de nutrientes, como por exemplo: carboidratos,
gorduras, proteínas, sódio, glúten, entre outros.
- Alimentos
para dietas com ingestão controlada de nutrientes (para manutenção
de peso ou de controle de açúcares, entre outros). Estes alimentos não
podem ter a adição de nutrientes. Assim, alimentos para ingestão controlada de
açúcar não pode haver inclusão desse nutriente. Sendo permitida apenas a existência
de açúcar natural do alimento.
Todos
os produtos diet devem ter isenção de algum nutriente. O ideal
é sempre dar uma boa olhada no rótulo para descobrir a qual nutriente ele se
refere. Os consumidores de produtos diet
normalmente apresentam condições metabólicas ou fisiológicas específicas e precisam
de alimentos especialmente formulados, que eliminam ou substituem algum
componente.
No exemplo acima, é feita uma
comparação entre um refrigerante convencional e um zero considerando a mesma
porção para ambos (200ml). Pode-se observar que no zero há uma insenção de
carboidratos e calorias, o que é vantagem para os diabéticos, já que estes
devem atentar para o consumo de carboidratos. Porém há um aumento da quantidade
de sódio, o que não é interessante para indivíduos hipertensos, já que estes
devem evitar a ingestão de produtos ricos neste nutriente.
A
definição de alimento light deve ser
empregada nos produtos que apresentem redução mínima de 25% em determinado
nutriente ou calorias comparado com o alimento convencional.
Dessa
maneira, a primeira diferença entre o alimento diet e light está na
quantidade permitida de nutriente. Enquanto que o diet precisa ser isento, o light
deve apresentar uma diminuição mínima de 25% de nutrientes ou calorias em
relação ao alimento convencional.
A
segunda diferença é conseqüência da primeira: o alimento light não é,
necessariamente, indicado para pessoas que apresentem algum tipo de doença como
diabetes, colesterol elevado, celíacos ou fenilcetonúricos. Se, o alimento light apresentar eliminação do
nutriente, como por exemplo o açúcar, poderá ser consumido pelos diabéticos.
Desta forma, se o alimento light
tiver insenção de algum nutriente, este também pode ser considerado diet ou zero.
É importante lembrar que esses
produtos devem ser consumidos nas porções recomendadas. Geralmente as pessoas
acreditam que podem consumir mais, por ter menos calorias.
Vamos
comparar a informação nutricional de um requeijão cremoso convencional com a
informação nutricional de um requeijão cremoso light da mesma marca. Podemos começar observando que a quantidade
por porção é diferente entre um e outro, pois para o requeijão convencional foi
utilizada como referência, a porção de 30g, enquanto para o requeijão light a referência foi de 50g. Para
padronizar e facilitar nossa comparação, agora utilizarei como referência o
equivalente a 30g de cada produto. Desta forma podemos observar que no
requeijão light há redução de
calorias (-27,4kcal/porção), gorduras totais (-3,6g/porção) e gorduras
saturadas (-2,34g/porção), o que é vantagem para indivíduos em dieta para perda
de peso. Porém há aumento de carboidratos (+0,9g/porção), proteínas
(+0,8g/porção) e sódio (+14,8mg/porção).
Ler
os rótulos dos produtos light e diet e compará-los com o alimento
convencional será a melhor forma de verificar se eles atendem as suas
necessidades. Portanto solicite ao seu nutricionista que o oriente a leitura de
rótulos dos produtos e fique sempre atento na hora da compra, pois como estes
podem ter maior custo, quando comparados com os convencionais, você poderá
gastar mais por um produto, sem que haja necessidade de ser substituído.
DÚVIDAS FREQUENTES
1- Diet é um produto somente “sem açúcar”?
Não
necessariamente. O produto diet tem
restrição de algum nutriente seja esse carboidrato (açúcar) gordura, proteína,
sódio ou outro.
2- Qual a
diferença do alimento diet sem
açúcares e o alimento diet sem adição
de açucares?
O alimento diet sem adição de açúcares é aquele em
cujo preparo não são utilizados açúcares como ingredientes (açúcar refinado,
cristal, mel, glicose, etc.), porém o produto final pode conter açúcares
provenientes de seus próprios ingredientes (ex: frutose, o açúcar da fruta). Já
os alimentos diet sem açúcar não
possuem nenhum tipo de açúcar (adicionado no preparo ou do próprio ingrediente)
em sua composição.
3- O
alimento diet tem sempre menos
calorias que o produto convencional?
Isso depende
dos nutrientes restringidos no produto. Portanto compare a tabela nutricional
dos produtos para saber a composição e a quantidade dos ingredientes presentes
nos mesmos. Um exemplo é o chocolate. No chocolate convencional os principais
ingredientes são açúcares e gorduras, já no chocolate diet o açúcar é retirado deixando a gordura como ingrediente
principal e aumentando as calorias do produto, já que gorduras têm mais
calorias que os açúcares.
4- E o
alimento light tem sempre menos
calorias que o produto convencional?
Depende. Se
ele for light porque tem baixo ou
reduzido valor energético, ele será menos calórico. Mas, por exemplo, se ele
for light relacionado ao teor
reduzido de sódio ou colesterol seu valor energético poderá ser igual ao do
alimento convencional.
Referências:
Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos (Abiad). Disponível em: http://www.abiad.org.br/
Portaria n º 29, de 13 de janeiro de 1998. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/29_98.htm
Portaria n º 27, de 13 de janeiro de 1998. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/27_98.htm
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